Eles eram amigos desde os tempos de colégio e em comum, sempre tiveram a admiração por Sebastião Rodrigues Maia, o conhecido Tim Maia, ícone da música popular brasileira. E então, da vontade de se juntar para interpretar as suas canções, nasceu no Recife, em janeiro de 2012, a banda Sebastião e os Maias, cujo nome também homenageia o artista carioca. Uma mistura de dez músicos no palco, que se dividem entre saxofone, trompete, guitarras, percussão, bateria, teclado e vocal, trazem para a plateia uma apresentação recheada de clássicos, com novas roupagens, arranjos, um toque especial, além do bom humor e simpatia de cada um.
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A Sebastião e Os Maias tocou pela primeira vez em evento na sede do Partido Verde, que fica na Avenida Mário Melo, após ensaiar por duas semanas na garagem do vocalista Rafael Cavalcanti. Não poderia ter dado mais certo. De lá, foram tocar no Casa do Cachorro Preto, em Olinda. Desde então, o grupo não parou, e em 2015, comemoram o terceiro ano com cada vez mais vontade de tocar por aí. Os integrantes da banda afirmam que o som de Tim Maia, por suas fortes características de soul, influenciou (e influencia!) musicalmente cada um deles, apesar de todos terem gostos diferentes. "Aqui, cada um gosta de uma coisa, mas é em Tim Maia que todo mundo se encontra, sem rótulos", afirma o guitarrista Thiago Menezes. A proposta do grupo então, é fazer com que o legado do cantor, falecido em 1998, continue vivo nos dias de hoje e atingindo a todas as gerações, já que para eles, não existe público específico para curtir o show.
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O repertório do grupo é baseado nas diversas fases de Tim Maia, não focando apenas nas canções mais famosas. Os ensaios e a seleção musical são feitos através de um processo criativo, onde eles buscam encaixar naquilo que já é existente, as suas próprias caras, tornar aquilo deles, sem perder, é claro, a essência daquele que os inspira. "A música de Tim Maia é muito ampla, um terreno muito fértil, a gente consegue criar bastante e se divertir enquanto faz isso, já que não queremos fazer igual" dispara Rafael Cavalcanti, vocalista. Além do circuito de festinhas do Recife, a banda tem se apresentado em eventos particulares, como casamentos e formaturas, já que, segundo eles, o espaço para a música alternativa na cidade, onde atualmente predomina o brega e o sertanejo universitário, ainda não é tão amplo. O público, no entanto, tem respondido positivamente.
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Vale destacar que os integrantes da Sebastião e Os Maias, que tem jornalista, professor, empresário, funcionário público, ator, músico, entre outras profissões, também tem outros projetos paralelos à banda. O vocalista Rafael Cavalcanti, por exemplo, integra o elenco da Ópera do Malandro, em cartaz no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e Chico Rocha, Thiago Menezes, Rafael Gadelha e Cássio Sales, que são guitarristas, baixista e baterista, respectivamente, compõem a banda Cosmogrão e o trompetista Márcio Oliveira, que também está prestes a lançar um CD.
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No palco, o figurino chama a atenção. Enquanto Rafael veste uma camisa colorida brilhante, típico de Tim Maia, os demais integrantes vestem a cor branca, que representa a fase mais racional do cantor. E quando o assunto é planos para 2015, a banda afirma que quer levar a irreverência da Sebastião e Os Maias para as fronteiras além de Recife e Olinda, até cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Não existem discos ou DVDs gravados, afinal de contas, a proposta do grupo é de interpretar, e não vender. Posteriormente, quem sabe, deve ser feito um material de divulgação. Em tempo, o grupo se apresenta no próximo dia 30 de janeiro, no tradicional bloco carnavalesco Guaiamum Treloso, que acontece no Boca da Mata. Para o período pós-folia de momo, também já está sendo articulado um outro evento liderado por eles, o Bloco do Síndico, no dia 20 de fevereiro no Vapor 48. Enquanto isso, confira no player abaixo o trabalho dos meninos, e o ensaio fotográfico feito por Paulo Uchôa, do LeiaJáImagens, no Capibar.